domingo, 15 de abril de 2012


O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) é uma das espécies de aves aquáticas mais raras do mundo, considerada criticamente em perigo de extinção em nível global segundo a União Mundial para a Natureza - UICN.

Características Morfológicas

Destaca-se o longo penacho nucal e os pés vermelhos. O bico negro é longo, estreito e serrilhado nas bordas.

É uma ave delgada, com comprimento total entre 48 e 55 cm e peso médio de 800 gramas.

A cabeça e o pescoço são escuros, com reflexos verde-metalizados. O dorso, a cauda e as asas são cinza-amarronzados, enquanto o peito e o abdome são mais claros, com um discreto estriado.

Não existe diferença externa entre o macho e a fêmea, mas quando o casal é visto junto, é possível perceber que os machos em geral são ligeiramente mais robustos. Na estação reprodutiva, o penacho das fêmeas se danifica, ficando bem mais curto, o que facilita a identificação dos sexos.

Distribuição

Esta espécie é originalmente encontrada no Brasil, Paraguai e Argentina.

No Brasil, nas últimas décadas, o pato-mergulhão tem sido registrado em apenas algumas localidades nos estados de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Na região da Serra da Canastra, em Minas Gerais, encontra-se a maior população conhecida desta espécie.

Alguns poucos indivíduos foram observados isoladamente há mais de uma década no Paraguai e Argentina. Não se tem conhecimento do tamanho destas populações nestes países.

Habitat

O pato-mergulhão habita rios e riachos de águas límpidas, com corredeiras e margeados por vegetação nativa.

Alimentação

Alimenta-se principalmente de peixes e também de invertebrados aquáticos. Na Serra da Canastra o seu principal item alimentar é o lambari.

Os peixes são capturados nos mergulhos, que podem durar até 30 segundos.

Vocalização

Apresenta diferentes vocalizações. A mais evidente é similar ao latido agudo de um cachorro. Sua chamada de alarme é um áspero “crók-crók” realizada principalmente durante o vôo, além de um suave chamado de contato − “rrek-rrek-rrek”.

Comportamento

O casal permanece junto durante todo o ano. Descansam sobre as pedras no meio do rio ou em suas margens e, quando perturbados, voam rapidamente rente à superfície da água ou se escondem na vegetação ribeirinha. Além de raro, é muito arisco e, por isso, é tão difícil de ser visto.

O período reprodutivo estende-se de maio a setembro, sendo junho e julho os meses mais comuns para a incubação e a eclosão dos ovos.

Os ninhos são construídos em ocos de árvores, fendas em paredões rochosos e em cavidades de barrancos de terra nas margens dos rios.

A postura é de até oito ovos. Durante a incubação, a fêmea permanece no ninho, saindo apenas pra alimentar-se, enquanto o macho passa a maior parte do tempo nas proximidades.

Os filhotes acompanham os pais por cerca de seis meses.

Ameaças

O pato-mergulhão é extremamente sensível à degradação e perda de seu ambiente natural. Por isso é considerado um bom indicador da qualidade dos ambientes aquáticos.

Dentre as maiores ameaças a esta espécie estão:

- a destruição de matas ciliares e conseqüente perda de árvores de maior porte, e a degradação das margens e dos leitos dos cursos d’água

- o uso de pesticidas nas pastagens e lavouras que são carregados para os cursos d’água

- a mineração, que impacta diretamente os cursos d’água e, consequentemente, sua fauna associada

- a construção de barragens, as quais modificam profundamente os ambientes aquáticos

- as atividades esportivas mal planejadas realizadas ao longo dos cursos d´água

Fonte: Instituto Terra Brasilis

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